O Vaticano confirmou a morte do papa Francisco, aos 88 anos, às 2h35 no horário de Brasília (7h35 horário local). Jorge Mario Bergoglio, primeiro papa latino-americano e jesuíta da história, liderou a Igreja Católica por quase 12 anos.
Em nota oficial, a Santa Sé destacou o compromisso do pontífice com os valores cristãos e a defesa dos mais vulneráveis: “Toda sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja”.
O início de uma era histórica
Francisco assumiu o papado em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI. Seu perfil acessível, sua defesa da inclusão e sua atenção aos problemas sociais o tornaram um dos líderes mais populares do século XXI.
Primeiro pontífice nascido na América do Sul, o argentino de Buenos Aires que já foi técnico químico e professor de literatura, optou por seguir a vida religiosa nos anos 1960. Foi nomeado cardeal em 2001 por João Paulo II.
Internações e agravamento de saúde
Nos últimos meses, Francisco enfrentou sérias complicações respiratórias. Internado em fevereiro com bronquite, seu estado de saúde se agravou com o diagnóstico de infecção polimicrobiana e pneumonia bilateral. Mesmo hospitalizado, seguiu com compromissos religiosos até que seu quadro foi classificado como “complexo”.
Papado marcado por reformas e posicionamentos firmes
Durante seu pontificado, Francisco promoveu reformas na estrutura econômica da Santa Sé, combateu a lavagem de dinheiro no banco do Vaticano e deu novos espaços às mulheres dentro da Igreja, ainda que sem romper com tradições seculares.
Também defendeu abertamente os pobres, criticou conflitos armados e mostrou abertura inédita ao diálogo com minorias, como a comunidade LGBTQIA+. Sua frase “Quem sou eu para julgar?” se tornou um marco de sua visão pastoral.
Impacto global e resistência interna
Francisco reuniu fiéis, agnósticos e não-crentes ao redor de uma proposta de Igreja acolhedora. Mas seu estilo progressista enfrentou resistência de alas conservadoras dentro da Igreja, que viam suas mudanças como ameaças à doutrina.
Mesmo assim, o papa seguiu firme: “Estou indo em frente”, disse em uma de suas últimas entrevistas, rejeitando a ideia de renúncia.
De Buenos Aires ao Vaticano
Antes de liderar a Igreja, Bergoglio acumulou funções como bispo auxiliar, arcebispo de Buenos Aires e presidente da Conferência Episcopal Argentina. Era conhecido por seu estilo simples, inteligência, apreço pelo tango e pelo San Lorenzo.
Seu legado será lembrado por desafiar estruturas, buscar modernizar a fé e levar a mensagem do Evangelho a todos — especialmente aos marginalizados.
Até o momento, não há informações oficiais sobre o funeral ou o processo de escolha do próximo papa.