O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi formalmente intimado nesta quarta-feira (23), em seu quarto de UTI, sobre o processo penal que apura sua suposta liderança em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Mesmo hospitalizado desde 11 de abril por complicações da facada sofrida em 2018, ele reagiu com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e comparações polêmicas com o regime nazista.
O que motivou a intimação na UTI
Segundo o STF, a decisão de intimar Bolsonaro durante a internação se deu após ele participar de entrevista ao SBT e de uma live com os filhos, demonstrando estar ativo e em condições de receber a notificação.
A intimação marca o início do prazo de cinco dias para a apresentação da defesa prévia à PGR (Procuradoria-Geral da República).
A reação de Bolsonaro
Durante o encontro com a oficial de Justiça, Bolsonaro criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes, comparou a intimação a práticas dos tribunais da Alemanha nazista, exaltou-se com auxiliares ao ponto de retirar sensores de monitoramento médico e afirmou que a democracia estaria em risco sem sua participação nas eleições.
O que diz o processo
Bolsonaro é acusado de chefiar um grupo que tentou invalidar o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As investigações apontam que ele teria articulado com militares e aliados uma tentativa de ruptura institucional.
Outros investigados como Mauro Cid, Augusto Heleno e Almir Garnier já entregaram suas defesas. Bolsonaro, Braga Netto, Ramagem, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira ainda devem se manifestar.
A origem das provas
Grande parte das evidências surgiu após a apreensão do celular de Mauro Cid, durante uma investigação paralela sobre falsificação do cartão de vacinação de Bolsonaro — processo que foi arquivado, mas revelou novas frentes de apuração.