Pela segunda vez desde que assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues é afastado do cargo por ordem da Justiça. A decisão partiu do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e representa mais um capítulo da crise institucional que atinge o alto escalão do futebol brasileiro.
O que motivou o novo afastamento
A sentença foi assinada pelo desembargador Gabriel Zefiro, que determinou o afastamento imediato da atual diretoria da CBF. O magistrado ainda nomeou o vice-presidente da entidade, Fernando José Sarney, como interventor, responsável por conduzir novas eleições.
Trecho da decisão judicial:
“Determino o afastamento da atual diretoria da CBF; que o Vice-Presidente Fernando José Sarney realize a eleição para os cargos diretivos da CBF, obedecendo aos prazos estatutários, ficando a seu cargo, até a posse da nova diretoria, os poderes administrativos da instituição.”
Crise envolvendo documento de 2022
O estopim da nova crise foi a suspeita de irregularidade em um acordo firmado no início de 2024, relacionado à eleição de Ednaldo em 2022. A legalidade da assinatura do Coronel Antônio Carlos Nunes, ex-dirigente da CBF, foi questionada devido ao seu estado de saúde na época da formalização do documento.
Esse acordo era o que sustentava judicialmente a permanência de Ednaldo no comando da entidade. Com a suspeita sobre a validade da assinatura, o tribunal decidiu anular o documento e, como consequência, afastar a diretoria eleita com base nele.
Oposição ganha força nos bastidores
Apesar de ter garantido um novo mandato recentemente, Ednaldo enfrentava crescente pressão nos bastidores. A oposição intensificou articulações políticas e ingressou com ações judiciais nas últimas semanas, incluindo o vazamento de documentos comprometedores.
A decisão do desembargador Zefiro fortalece o grupo oposicionista e reacende a disputa pelo controle da principal entidade do futebol nacional.
Próximos passos para a CBF
Com o afastamento oficializado, Fernando José Sarney deverá organizar eleições o mais breve possível, conforme prevê o estatuto da CBF. Ele assumirá a gestão interina até a posse da nova diretoria.
A reviravolta gera incertezas sobre o futuro da confederação e promete novos embates jurídicos e políticos nos próximos meses.