O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou que o país pode deixar o Mercosul para firmar um acordo comercial com os Estados Unidos, caso essa seja a única alternativa viável. A afirmação foi feita durante entrevista à Bloomberg, onde Milei destacou seu interesse em estabelecer uma parceria com os norte-americanos.
Apesar dessa possibilidade, o líder argentino mencionou que prefere buscar um tratado com os EUA sem a necessidade de se desvincular do bloco regional. “Há mecanismos que podem ser usados mesmo com o Mercosul, então não pensamos que isso pode ser feito [acordo com os EUA] sem necessariamente ter que sair [do Mercosul]”, disse Milei ao editor-chefe da Bloomberg News, John Micklethwait, durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos.
O Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, é frequentemente alvo de críticas por parte de Milei. O presidente argentino já classificou o bloco como uma “prisão” e até deixou de participar de uma cúpula realizada no Paraguai, em julho do ano passado.
Mesmo com as críticas, Milei reconheceu o avanço do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, firmado em dezembro do ano passado após 25 anos de negociações. Segundo o governo argentino, o tratado com a UE representa a criação de um mercado robusto, beneficiando mais de 700 milhões de consumidores com produtos diversificados, de maior qualidade e preços competitivos.
Durante sua entrevista, Javier Milei também destacou os esforços do governo argentino para estreitar laços comerciais com os Estados Unidos. No entanto, ele não confirmou se o tema foi abordado durante sua visita a Washington, onde participou da cerimônia de posse de Donald Trump, nesta segunda-feira (20).
A possível saída da Argentina do Mercosul para priorizar um acordo com os EUA pode ter impactos significativos na política e na economia da região. Esse cenário segue sendo acompanhado de perto por analistas e investidores globais.